terça-feira, 20 de novembro de 2012

6 minutos

esse é o fim natural de todas as coisas cíclicas.
este blog não é tão necessário. eu não consigo mais precisar dele.
não gosto da idéia de ser essa menininha blogueira competindo emoções com a quantidade dos dedos.

fui muito longe pra voltar. e muito perto de mim pra não ficar.
eu fiquei.

também não consigo mais vestir o gato de rua vagabundo, no máximo prefiro o conforto da minha alma serena e perfeitamente emotiva. tô mais pra uma gata selvagem que foi castrada, de forma boa.
porém nunca adestrada.
 sabe a idéia da monogamia e pinguins?
pois, prefiro ser um pinguim do que ficar me gastando com aves cansadas e cansativas.

a percepção, ou o terceiro olho rolou enquanto desesperadamente aguardava notícias da minha mãe em um hospital público. instantes que mudaram tudo. eu tinha um jantar, uma roupa linda e intenções burras pra fechar um ciclo único porém, infelizmente não mais dialogável... mas naquele momento eu só queria alguém pra abraçar e não pra ostentar seguranças e me pagar um jantar.

- vou ficar quieta.

eu não vou me perder.
eu não vou perder nada.
eu não tenho nada a perder.

acabou este aqui.

FIM



6 Minutos

Otto

Não precisa falar
Nem saber de mim
E até pra morrer
Você tem que existir
Não precisa falar
Nem saber de mim
E até pra morrer
Você tem que existir
Nasceram flores num canto de um quarto escuro
Mas eu te juro, são flores de um longo inverno
Nasceram flores num canto de um quarto escuro
Mas eu te juro, são flores de um longo inverno
Isso é pra morrer
6 minutos
Instantes acabam a eternidade
Isso é pra viver
Momentos únicos
Bem junto na cama de um quarto de hotel
E você me falou de uma casa pequena
Com uma varanda, chamando as crianças pra jantar
Isso é pra viver
Momentos únicos
Bem junto na cama de um quarto de hotel
D'um quarto de hotel
Num quarto de hotel
Não precisa falar
Nem saber de mim
E até pra morrer
Você tem que existir

Nasceram flores num canto de um quarto escuro
Mas eu te juro, são flores de um longo inverno
Nasceram flores num canto de um quarto escuro
Mas eu te juro meu amor, são flores de um longo inverno
Isso é pra morrer
Você me falou
E eu estava lá e falei
Isso é pra morrer
6 minutos
Instantes acabam a eternidade
Isso é pra viver
Momentos únicos
Bem junto na cama de um quarto de hotel
E você me falou de uma casa pequena
Com uma varanda, chamando as crianças pra jantar
Isso é pra morrer
6 minutos
Instantes acabam a eternidade
Isso é pra viver
Momentos únicos
Bem junto na cama de um quarto de hotel
E você me falou
Num quarto de hotel
Num quarto de hotel

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

go, Iza, run

depois de ouvir todas as músicas Nouvelle Vague, de chorar até pegar no sono, de tratar todos os homens como retardados com sardas... de me humilhar com mensagens redundantes e quase pedir pra voltar... de ser encarada pelos amigos dele com "tadinha", de encher a cara e ter que lidar com meus medos, depois de dois dias, hoje encerra-se o LUTO. luto, obviamente marcado com uma postagem. me acostumei com a idéia. já parei com chocolate. já parei de tratar o sexo oposto mal. já parei com os cigarros frenéticos. já durmo sem chorar. já atendo ligações e já aceito convites. já parei de pensar onde errei. já entendi a idéia da nova boceta e esqueci de acreditar no "não é você,sou eu". já parei de me masturbar pensando nele. já sorri pra um estranho. já aceito a idéia de usar a nova lingerie com outro pau falante (mais pau, menos fala gentileza).
já fiquei viva.
afinal, de volta a sarjeta. onde é um bom lugar pra a bichana aqui. muito tempo acostumada com a mesma coisa. muito tempo acreditando num homem. muito tempo evitando homens. muito tempo me acostumando com aquilo. muito tempo sendo feliz com isso. rá!
- RÁ!
onde eu estava, quando resolvi acordar com ele? onde eu estava quando resolvi acreditar? onde eu estava quando me doei tanto? onde porra eu estava quando ouvi aquele blá blá blá "sou eu..." que não mandei ele pro cu?
a resposta é simples: eu não estava.
eu preciso estar sabe? e eu preciso de mim pra estar...

 a última atitude irracional do luto é obviamente encerrar um ciclo, iniciando outro.
é hora de cobrir aquela lingerie com a melhor roupa e sair pra jantar com um pau falante, e quem sabe ser persuadida a mostrá-la.
é respirar fundo e Estar viva em alto estilo.

não posso mais ficar me embreagando com pouco espaço e aquelas mesmas pessoas. não posso mais fingir estar interessada em todo assunto. eu posso mais.
vou ali fazer meus poros flamejarem.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

depois

depois de me entregar as velhas velas. depois de ser varrida junto aos soldados silenciosos do asfalto durante a chuva. depois de voar por todas as nuances de minha mente. eu volto. eu senti falta de mim. preciso de mim pra ficar aqui. preciso existir pra nunca mais ter que ir. não importa onde vou, mas se vou tenho que ir comigo. partes inteiras de mim sendo pisoteadas por tênis da moda e logo, carregadas para outros caminhos. sou o cuspe que cuspi, tão despretencioso que quem me leva nem sente. vou levinha em meio a multidões... imperceptível com meu grande disfarce.
se o mundo é moinho, se as rosas falam ou não, se a cor é do pecado, se dura quase um segundo... a máxima de hoje é que não importa o quanto você se importe... algumas pessoas definitivamente não se importam.
pior do que interpretar o óbvio e não saber lê-lo.

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Cotidiano: Diário de uma Dieta (Convencimento parte I)

depois de passar anos comendo como criança me enchendo de tranqueiras e sem ter nenhum piripaque (por sorte). depois de levar metade da vida no ócio completo de exercícios físicos. depois de cultivar hábitos sombrios (Sombrios sim) e noturnos além de um fumaceiro interminável ao meu redor...  de cultivar ressacas inimagináveis e incultiváveis para adultos responsáveis como eu... depois de viver la vida loca, chega a hora que seu metabolismo para de ser seu cúmplice e se abstêm enquanto seu umbigo te aponta culpa. chega uma hora que nem toda tranqueira te cai bem. que nem toda noitada de drogas and rockn roll te satisfaz. que nem toda a vódeca do mundo te deixa feliz. chega a hora que o cigarro apaga. que seus olhos pedem socorro e você deve atendê-lo. porque mudar não é de todo tão ruim.
não, caro leitor, eu não serei uma dessas narcisistas que fazem culto ao corpo. muito menos serei tola de idolatrar religiões.
eu vou ficar comigo sabe. tô precisando de mim.
tô precisando me gastar com novas coisas.
se não fica muito pouco pro meu ser tão grande.

então, esse drama todo foi para oficialmente declarar:
 estou pela 1º vez na minha vida cretina de dieta. dieta de verdade. não é a dieta do líquido ou a da anorexia que anteriormente vocês já me viram fazer uso e adquirir uma úlcera. é dieta. normal. sem exageros. sendo uma adulta sabe? eu já sou uma adulta sabe? eu sou.

Ê farei aulas de spin a partir da próxima semana quando meu salário comprometido se comprometer comigo.
tô de parabéns.
pra começar minha dieta de amanhã, hoje comi pela primeira e última vez no MC Donalds. um negózi chamado Quarteirão... putz! que Quarteirão! quantos quarteirões eu vou ter que correr pra me livrar de todo aquele queijo? deduzi que não é de deus, uma coisa desse tipo... além do preconceito irremediável do financiamento das guerras.
como se não bastasse eu fui em zeny e comi tudo de salgadinhos. estavam na vitrine desesperados enquanto ignorados pelas bundas magras que por ali passavam.

é isso. ré confessa. e sem culpa.

não fiz nada que eu não fazia todos os dias de antes.

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- Será que você ainda pensa em mim?



terça-feira, 18 de setembro de 2012

achismo

eu tinha me esquecido o quanto blog é uma merda! porque se você escreve, você escreve merda e é porque a posteridade não me interessa que eu eu não tenho que interessar algum leitor. segundo porque primeiras, segundas e terceiras pessoas no ápice de seus egocentrismos acham que é para elas e esquecem que a única pessoa concreta deste blog, sou eu caro leitor; todo o resto pode ser inventado, copiado, plagiado, ridicularizado ou simplesmente atuado. terceiro porque quando você romantiza um texto e depois tem que explicar o porque é quando fode tudo. aí eu perco o tesão e uma tensão me sobe até as narinas. não consigo conviver com isso. não consigo existir assim.
se foder né.
porque, queridos, há séculos que o romantismo é uma escola bem diferente do realismo. e eu, cá entre nós, estaria mais para o dadaísmo.

procure no google.

e porque o amor não é a única merda da minha vida....é só uma pequena parte dela...
que resolvi escrever sobre outras temáticas e abortar momentaneamente a temática merdinha.

isso aqui não é novela. se o Manoel Carlos lesse isso aqui, iria me condenar por tortura. e não existe literatura de blog, sabecomé?
então agora vocês irão se deparar com coisinhas menos coisadas como: a arte de atrair desocupados. prós e contras de ter um vibrador. 10 razões para não parar de fumar. a ineficiência em fazer dietas. existe morte após vódeca? como gastar seu salário em 10 dias. como sorrir para estranhos. como não ser você mesmo em cinco tópicos. seja ofendido, pergunte-me como.

essas coisas...

no menos, vão pro blog da Natália www.adoravelpsicose.com.br que tá bom esses dias.

abracinhos ofensivos.


sábado, 15 de setembro de 2012

fix you

adendo: o que porra faz os homens quererem foder tudo que se movimenta? é uma merda previsível, superficial, egocêntrica e carente.

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meu corpo, conversando com o seu não conseguem ser um.
- é melhor.

são dois celulares desligados. quatro pés ao pé da cama. vinte dedos em duas costas. quatro pernas entrelaçadas. uma boca em uma nuca.  duas mãos agarradas. duas línguas dialogando. quatro olhos fotografando. alguns suspiros...e mil motivos pra isso tornar-se real.



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cansando.
 porque, rapaz dos olhos de vagalume, qualquer coisa de outra coisa na verdade não é 
coisa alguma.


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

terça-feira, 11 de setembro de 2012

convencimento

sabe aqueles momentos em que você espera que alguém apareça e seja o responsável por determinada situação? sabe aquela sensação que o responsável já está presente e que é você. você é o único adulto responsável ali, e você não é muito bom nisso.

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vontade de te encostar contra a parede e comer as verdades saídas de tua boca.
você não se convence. não espera assim, me convencer né?
blah.

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ausência de sentir pele. de sentir meu ouvidos acarinhados. de sentir minha boca na pele dos ouvidos de alguém.
de ter o que sentir.
de ter por quem escrever.
de ter o que contar.
tudo tão surpreendetemente superficial.
tudo tão absurdo que me afoga os poros.
fria, eu fico sem ter o que sentir.

preciso de alguém que me roube os sentidos, o juízo e o que mais precisar.
preciso de alma, de corpo e que me consumam num gole só sem precisão.
preciso de pele viva. de ausência de fôlego. de mãos dadas. sabecomé?

- é.

domingo, 9 de setembro de 2012

arbítrio

difícil é sobreviver com a auto suficiencia... com a auto necessidade. com os altos e autos e baixos.
difícil é a porra da livre arbítrio. onde qualquer um pode te matar ou te manter vivo.
e sua vida se encerra em notas curtas de jornais.
você, com a porra do seu livre arbítrio egoísta nem entende a pretensão de se manter vivo.
e vive por dizer o quanto não é problema Seu.
 você não sabe onde ou quando o jogo vai mudar. você, com a porra do seu pseudo livre arbítrio, nem cogita a possibilidade de viver sem seu livre arbítrio! que porra de livre arbítrio é esse? se você não escolhe?
rá,

que porra você é?
quem porra você serve?
quanto porra você pôde, ou pode ser?

as estatísticas existirão. e você, com a porra do seu livre arbítrio sendo apenas mais uma.
porque tudo é uma merda, saca? a merda fede e se mexer fede mais. o negózi não é tentar fazer dela cheirosa, mas fabricar um cheiro que seja melhor que toda essa merda!
e podemos.
e a porra do livre arbítrio existe pra isso.
o minha arbitrária coragem me faz crer em tudo e em todos que possam sobreviver.
aqueles que não são zumbis de merda.
eu não sou um número de guerra.
eu vivo fazendo a guerra.
e só se vive em paz quando se aprende a guerrear.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

bom dia...

difícil não é meu sol na sua cara, isso é mero detalhe.
não é sua tempestade em meu copo d´agua. não é mesmo.
difícil não é seu dedo na minha cara... não é minha vódeca na sua cara...
 não são suas flores mortas de dia seguinte no meu vaso.
difícil não são meus olhos perseguindo sua boca,

difícil é minha boca vendo seus olhos e falando "bom dia!"

domingo, 2 de setembro de 2012

i wish were here

meu amor, minha cor, minha aspirina...

solidão não se cura com mentiras...

eu menti. minto sempre. não consigo sentir. tô aprendendo sabe?
de no vo.
...how wish you were here.

sabecomé?

é assim: eu te gosto e não sei como não gostar. e dá frio na barriga, dá naúseas no estômago, dá gelo nas mãos, dá suor nos pés... dá tudo! menos vontade de tá longe.
dá medo.
 e por isso eu invento situações pra poder acabar.
todas mentiras.
nenhuma delas... como poderiam ser verdades? nem parecem comigo! como você pode acreditar?

eu quero uma segunda terceira chance. e quero quartas e quintas feiras cheias de sextas preenchidas com a sua sensação.
porque só isso já basta.

wish you were here,

e se fizer sentido. e se tuuuudo foi paranóia da meu juízo deformado. e com as sensações minhas que lido e talvez agora ignoradas...


liga o celular e me dá um recado.

eu acredito em nós.

e se silêncio vier... meu amor, minha cor e minha aspirina... me silenciará por todo o (exagero) sempre.



aquele Nosso beijo da Minha Iza que sempre é Sua.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Hot air for a cool breeze?

existia um rapaz adorável em minha vida. ele tem olhos de vagalume, uma pretensão atraente e um falar caaalmo. acreditam? eu adoro respirar profundo ao seu lado. são suspiros disfarçados

eu gosto dele.

só não consigo mais acreditar em nós.
as coisas deixaram de ser verdade.as suas lindas lindas palavras resumem-se a apenas palavras.
ele não consegue ficar por perto e eu não quero ficar longe...

porque os começos assustam e os fins são tristes.








How I wish
How I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl
Year after year
Running over the same old ground
What have we found?
The same old fears
Wish you were here

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Recadinho:

carência de assunto. este blog só funciona quando eu tenho o que resmungar ou quando estou com os sentidos a flor da pele.
tanto equilíbrio que dói.

tinha me esquecido o quanto eu fico irritada com gente que tenta me dar conselhos.
xôdizê um negózi sobre "conselho amigo":
se o indivíduo for macho, ele quer te comer e é brocha ou é gay.
se for fêmea ela é gorda e solteira ou é gorda e corna.
em ambos os casos, eu não tenho interesse de ouvir.

eu me conheço. eu não me aconselho.
inclusive, a ninguém.

sábado, 25 de agosto de 2012

changes...


nãopossosermusadeninguém.

não rola ser resumida a uma punheta ambulante.

oquei?

oquei.

"I said that time may change me
But I can't trace time"

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

tpm/abandono/drama ou pensamentos

eu pensei nisso. eu pensei mesmo. eu pensei em tanta coisa...
eu penso sabe? eu penso sim. você pensa que eu não penso? mas eu penso. e penso rápido.
e entre pensamentos que incluem você penso em excluí-lo.
quando você me faz pensar nisso, eu percebo que já estou pensando em você.
- mas pensar nele... porque?
se ele não pensa em mim...se age sem pensar...
se não pensa no que eu pensarei quando age sem pensar.
ou pensa?
ou pensa sem agir.

penso que eu não estou nos seus pensamentos. como deixar você nos meus?
se você não existe neles e eu não existo nos seus, então não estamos.
então sou eu e só uma.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

ponto

o dia amanhece irreconhecível, mais uma vez, ele amanhece.
insiste. teimoso, que teima e queima as pestanas de quem o observa nascer, aos poucos.

- vou nadar até a África.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Deus,

Deus me livre da impaciência de nunca ser paciente
Deus me livre das amizades de poucas interpretações
Deus me livre do medo de amar,
dos homens com o ego maior que o pênis,
das mulheres loucas
e dos inverdadeiros indignificantes
Deus me livre da ousadia de achar que sei
Deus me livre de achar que enganei alguém
Deus me livre da completa segurança, confiança, aliança
e todas as anças
Deus me livre do Comodismo!
Deus me livre da leveza e do peso de ser
Deus me livre de SER!
- Deus, me deixe estar.
Deus me livre do medo de fazer
mas me deixe agir com os meus dedos.
Deus me livre da ausência de sons...
mas me permita um pouco de silêncio.
Deus não me deixe sozinha no escuro.
Deus, me permita sua presença no escuro.
e que me deixe mortal, normal, animal
de preferência irracional
de preferência nominal.
Deus me chame pelo nome.
Deus! me invente vários pseudônimos.
Deus me permita ficar, mas não me exija.
Deus me permita o mundo, mas não em minhas mãos.



Deus, me livre de mim e dos outros.
Deus, exista pra mim e pros outros.
Deus, livre a mim e aos outros,
do próprio inferno que são os outros.


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DOIS olhos negros.

                                                                                                                      rá

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

muito estranho/muito



Hum!
Mas se um dia eu chegar
Muito estranho
Deixa essa água no corpo
Lembrar nosso banho...
Hum!
Mas se um dia eu chegar
Muito louco
Deixa essa noite saber
Que um dia foi pouco...
Cuida bem de mim
Então misture tudo
Dentro de nós
Porque ninguém vai dormir
Nosso sonho...
Hum!
Minha cara prá que
Tantos planos
Se quero te amar e te amar
E te amar muitos anos...
Hum!
Tantas vezes eu quis
Ficar solto
Como se fosse uma lua
A brincar no teu rosto
Cuida bem de mim
Então misture tudo
Dentro de nós
Porque ninguém vai dormir
Nosso sonhos...

by Dalto
 

- ninguém não vai não. Ninguém não vai... ninguém não vai não! ninguém não vai não. não vai, não vai... ninguém não vai não. não vai, não vai, não.
 

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enquanto meus olhos passeiam pela tua íris adivinhando pecado terno, tua ternura envolve a saliva que ainda não foi tua; porque olhos maduros de imaturidade assim, são como dois vagalumes rodeando minha lanterna. e eu resisto, pra não estragar o pecado...
pecado que fica entre minutos de conversa e mil palavras mal interpretadas em minutos. 
não consigo fugir dos olhos ternos de vagalume.

- ninguém não vai não.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

espera

você detêm meus olhos e quer roubar minha boca e eu vou res{pirar} teu ar pra poder de ter dentro de mim.
e quando dentro de mim, demore.
demore preu não te esquecer.
demore no meu juízo. demore comigo. demore dormindo. demore como se fosse domingo.

- demore.

demore pra eu te deter.
demore pra eu ficar.
demore pra eu não fugir.

- demore.






quarta-feira, 8 de agosto de 2012

atalho

de repente o dia amanheceu irreconhecível e nenhuma das verdades anteriores faziam sentido.
nenhuma.

-nenhuma

N E N H U M A

nenhum de nós está pronto pro próximo passo, então não temos porque dá-lo.
não temos que caminhar no mesmo caminho, só precisamos nos achar nos atalhos.
num esconderijo.
num abrigo.
numa casa na árvore.

algo que seja bom, mágico e importante.
como vem sendo.

surtei hoje. queria um colo quente que fizesse sentido. nenhum faz.
queria uma ligação que eu não quisesse atender.
queria uma mensagem que eu pudesse apagar...

não sei o que somos, mas sei que somos.



terça-feira, 7 de agosto de 2012

enquanto teus lábios passeiam pela pele minha e a tua língua invade a minha boca e me ordena paixão eu teço o berço do seu lar. nessa morada, onde você sai e entra não contabilizamos quantas vezes conto estrelas no céu da minha boca.
nesse momento eu percebo que não há o que ser feito, eu já fiz. e estou sem opções.
e esse seu olhar momentaneamente rendido  me faz de refém durante momentos inteiros dos meus dias.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

se vai tentar...

o que eu decifro, eu não te digo. o que eu vejo, eu não preciso ver. o que eu gosto eu gosto.
o que eu não gosto, acontece. o que eu preciso, existe. o que não é suficiente, também acontece.
mas a dúvida filhadaputa fica puxando os pêlos da minha virilha, umaum numa tranquilidade que aflita os meus poros. eles nervosos, me olham dizendo:
- e aí? o que vamos fazer?

 e eu não preciso perguntar pra saber, porozinhosdemerda. agente já sabe. agente sempre soube. agente sempre evitou isso, lembra? 

mas, como diz meu velho safado:


se vai tentar
siga em frente.

Senão, nem começe!
Isso pode significar perder namoradas
esposas, família, trabalho...e talvez a cabeça.

Pode significar ficar sem comer por dias,
Pode significar congelar em um parque,
Pode significar cadeia,
Pode significar caçoadas, desolação...

A desolação é o presente
O resto é uma prova de sua paciência,
do quanto realmente quis fazer
E farei, apesar do menosprezo
E será melhor que qualquer coisa que possa imaginar.

Se vai tentar,
Vá em frente.
Não há outro sentimento como este
Ficará sozinho com os Deuses
E as noites serão quentes
Levará a vida com um sorriso perfeito
É a única coisa que vale a pena.
Charles Bukowski

rá. eu vou continuar com meu sorriso perfeito até valer a pena.


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deixaeudizerumacoisasobre psicopatas. eu já estive uma, mas sem o desespero desolador de roubar as senhas alheias ou mentir inverdades (diferente de mentiras). eu já estive no seu lugar. eu já invadi vidas de madrugada. eu já me despi e bati em apartamentos. eu já gritei e depois fui ao encontro de táxi pra outro mundo. eu já estive aí. mas nunca fiquei obcecada. porque passa sabe? passa, rapaz. passa. tem pessoas que não importa o quanto você as paparique, as mande flores, pague contas, pinte muros ou sorria sinceramente, elas não vão te enxergar. eu sou uma dessas idiotas. eu não vou conseguir te enxergar agora. talvez, nem depois. mas, é clichê, mas alguém vai te enxergar. ou fingir. e se fingir bem... não há mal em se fazer feliz.

boa sorte, rapaz psicopata. espero que seja um ponto final, porque eu fico agressiva com insistências absurdas.

aquele abraço.

sábado, 4 de agosto de 2012

.

as pessoas sempre estão ocupadas demais nascendo ou morrendo e eu sobrevivendo.
- T É D I O.

não aguento mais ouvir inverdades que não conseguem nem se dignificar quanto mentiras.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

mentira/psicose/abracinho

ninguém resiste a uma boa mentira. eu sei que vocês devem ter aqueles conceitos concretos sobre mentiras... mas mentiras sinceras me interessam. principalmente de gente interessante. ninguém resiste a um bom mentiroso de olhos cativantes. eu pagaria por uma mentira dessas. eu queria ter dito aquela mentira. eu queria estar inserida naquela mentira. eu queria ser a mentira de alguém.
oquei. apologias a parte...

.............................

porque tem sempre um filhodaputa achando que está apaixonado por mim? porque eles acham que podem me concertar? quem disse que eu preciso de concerto? porque tem sempre alguém psicótico achando que eu posso garantir emoção pra uma vida? porque acham que eu quero casar? porque eu sempre aceito instantaneamente?
vocês não podem ficar comigo. eu não sou pra ficar com alguém. eu preciso ficar comigo. eu preciso de mim pra ficar. não me cabe vocês. eu não caibo em vocês, acreditem.
saiam da minha vida e não roubem as minhas senhas...

aquele abracinho...

terça-feira, 31 de julho de 2012

redundância



não sei se há um desconforto, um desencontro, dois sorrisos amarelados, ou um desgosto desossado...
sei que há um amolecimento de mãos. uma ausência de pernas. um pecado encruado. um juízo morto.
um silêncio inesperado. umas palavras que não são audíveis. um parto complicado, sem nascenssa.
sei que não há um interesse recíproco. não há a impulsividade de corpos. não há uma completude de ideias. não há como fazer você me dizer. não há como eu não dizer tudo. não há o que haver. e sem haver agente não tem ar.

como eu vou fazer pra respirar?
você não está aqui pra me reanimar.
você vai me deixando morrer rápido demais...

e eu não posso mais me dar ao luxo de sair por aí sem partes de mim.
você não vai embora com meus pulmões nos bolsos.
 eu demoro mas sobrevivo sozinha e logo volto a respirar.
eu não vou me perder pra você. você não quer as minhas partes partidas só os meus pulmões.
eu sou um pacote inteiro! você não pode chegar no frigorífico e pedir meus pulmões temperados. ou meu corpo desossado. ou meu cérebro fatiado.  ou meu estômago habitat de borboletas.

você comprou o pacote inteiro e agora acha pesado pra levar pra casa...

- acertou.

então me diz o que você vai fazer pra que eu também faça algo. ou faz algo sem dizer pra eu poder dizer algo. ou não faz nada. não diga nada. e deixe as compras apodrecerem fora da geladeira. ou faça um churrasco de mim e deixe meu sangue escorrer entre seus dentes. ou apenas... sinta-se  vivo e me deixe viver.

eu não sei.
mas vou esperar com meus pulmões dentro de mim e se você não demorar demais eu te empresto um e você nem precisa esvaziar os bolsos.


aquele abracinho


segunda-feira, 30 de julho de 2012

silêncio

incomoda né?
silêncio são todas as palavras que não foram ditas. ou exatamente as que foram ditas.
o silêncio não é ruim.
só incomoda.

eu não sei o que fazer com o incomodo...
varrer pra debaixo da cama não funciona.
ficar em silêncio também não.

não sei mais se existimos.

tô indo ali pensar antes de escrever pra ver se existo.

assim, eu existo pra mim.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

existencialismo



a minha pele que fala muito mais do que eu, grita um sussurro escrito que você tem que saber ler.
as linhas da minha pele, sabe? os diálogos gemidos, sabe? aquelas frases inteiras repletas de eufemismos...
você é a figura da minha linguagem.
e você sabe. só precisa existir.
- existe pra mim?
          

sexta-feira, 20 de julho de 2012

aos monogâmicos inveterados:


relacionamentos são jaulas emocionais onde casais tristes ficam observando os solteiros felizes e pensando que medo de ficarem sozinhos fez com que eles dissessem "eu aceito".
as pessoas não precisam de relacionamentos. as pessoas precisam de emoção, de romance, de diversão. SEM regras!
sem dor. sem espectativas. sem recentimentos.
os relacionamentos só tem regras. uma pessoa quer mais, outra quer menos. aí eles mentem, traem, reatam, evitam a culpa e quando alguém engravida aí eles se casam e um odeia o outro.
casais não são felizes.
isso é carência que a bíblia impõe.

eu acredito em romance. acredito em encontros. acredito em gestos. acredito em felicidade.

e esse é o caminho mais simples para a felicidade.

agora, há coisa mais bonita do que homens que não sabem que são bonitos? sempre com aquele andar variado e os olhos tristes, gesticulando muito pra esconder a timidez. se esforçam em parecer interessantes só pra nos interessar.

impossível não se interessar.

e quando eles têm uma dor, ficam muito mais elegantes como o Leminski afirma.

deve ser nosso instinto maternal.
rarararara

homens assim - magoáveis - agente observa de longe pra não provocar suicídio. são lindos mesmo.

aquele abracinho.
















quarta-feira, 18 de julho de 2012

quizás,

de re pen te eu me vi in va di da pe la por ra de uma sen sa ção de saudade absoluta que não deveria ser minha. senti uma pequena borboleta no estômago querendo fugir pro âmago ... fiquei invadida por felicidade durante dois mínimos minutos e me percebi apaixonada.
aí a desgraça toda estava anunciada. eu sabia. eu não cogitei. eu disse que iria me dispor. e me propus. eu acreditei e eu tento. mas quando tudo fica muito difícil fica difícil ter vontade de alimentar essa borboletinha. fico cansada e cansaço, acredite, é pior que o tédio da desapaixonês!
eu sei. não tenho tempo. e isso sempre me contou quanto vantagem. por eu não ser uma dessas mulherzinhas que desocupadas passam tempo demais tentando agradar ou saber onde está o seu macho.
eu não sou mulher de macho. eu gosto é de Homem e este, eu tenho que sentir as vezes que ele é meu. só as vezes. e eu não tenho que ficar lembrando o cara a ser meu homem as vezes. ele deveria lembrar-se.
por sí. por vontade. por reciprocidade inconstante.
quando essas coisas começam a me desgastar eu me desgosto.
não posso fazer sozinha.
não vou foder minha vida só. alguém que me foda tem que querer fodê-la também.
sem manutenção eu vou libertar a borboleta criança.
talvez eu cague ela. é o caminho mais próximo do estomago onde ela costumava habitar. mas como ela - espertinha - tenta alcançar meu âmago, o mais fácil é eu vomitar essas gratas palavras talvez infundadas.
é a sobriedade.

  
Siempre que te pregunto
que cuando,como y donde
tu siempre me respondes

Quizas, Quizas, Quizas

Y asi pasan los dias
y yo desesperado,y Tu,Tu contestando

Quizas,Quizas,Quizas,

Estas perdiendo el tiempo,pensando,pensando
Por lo que Tu mas quieras
hasta cuando, hasta cuando
Y asi pasan los dias, y yo desesperado
y Tu,Tu contestando

Quizas, Quizas, Quizas
 
 
---------------------------------------

inscrições ainda abertas.
vagas limitadas e matrícula gratuita com duas pedras de gelo,

a diretoria agradece.


terça-feira, 17 de julho de 2012

Misto Quente

"...E minhas próprias coisas eram tão más e tristes, como o dia em que nasci. A única diferença era que agora eu podia beber de vez em quando, apesar de nunca ser o suficiente. A bebida era a única coisa que não deixava o homem ficar se sentindo atordoado e inútil o tempo todo. Tudo mais te pinicando, te ferindo, despedaçando. E nada era interessante, nada. As pessoas eram limitadas e cuidadosas, todas iguais. E eu teria que viver com esses putos pelo resto de minha vida, pensava. Deus, eles todos tinham cus, e órgãos sexuais e suas bocas e seus sovacos. Eles cagavam e tagarelavam e eram tão inertes quanto bosta de cavalo. As garotas pareciam boas à distancia, o sol provocando transparências em seus vestidos, refletido em seus cabelos. Mas chegue perto e escute o que elas tem na cabeça sendo vomitado pelas suas bocas. Você ficava com vontade de cavar um buraco sobre um morro e ficar escondido com uma metralhadora. Certamente eu nunca seria capaz de ser feliz, de me casar, nunca poderia ter filhos. Mas que diabo, eu nem conseguia um emprego de lavador de pratos.

Talvez eu pudesse ser um ladrão de bancos. Alguma porra. Alguma coisa flamejante, com fogo. Você só tinha direito a uma tentativa. Por que ser um limpador de vidraças?"

 o velho safado favorito : Charles Bukowski

segunda-feira, 9 de julho de 2012

pequeno mapa

uma sequencia pra você entender esse post:
1º coloque os fones de ouvido e aperte o play no video abaixo.

2º entenda a parte da música a qual cito abaixo. EN TEN DA!

You drove me, nearly drove me, out of my head
While you never shed a tear
Remember, I remember, all that you said?
You told me love was too plebeian
Told me you were through with me and

Now you say you love me?
 
 
3º LEIA:
 
"Depois de muito tempo tomando no cu, descobri que é, pois é, o amor é irracional.
Mas eu não posso ser.
Mais de uma vez cometi absurdos e impropérios em nome disso. Mas é amor!, eu pensava. E arrancava os pedaços meus pelo caminho.
Agora não; agora chega disso.
Esse negócio de arrancar pedaços já não me serve, que eu preciso de mim inteira pra sobreviver.
Antes inteira e sozinha do que capengando por aí."
 
(Clarah Averbuck)
 
4º Leia-me:
 
não posso mais perder partes de mim. não posso mais ficar carregando vocês em meus bolsos pra quando eu me entediar, usar como um leque. eu não posso mais ver as pessoas indo embora com meus olhos em seus bolsos. eu não posso mais usar as pessoas como se fossem uma bolsa que passa da louis vuitton para clock house. eu não posso mais ficar quebrando a cabeça pra juntar as partes do mim espalhadas no assoalho. não há vítimas. só pessoas que se gastam pra não se perderem nelas mesmas. pessoas narcisistas que gostam de ter sua vida testemunhada por outra. pessoas que gostam de ser pessoas.
mas escutem:
vocês me gastam e eu me des gasto.
tenho sete vidas. 
meu fígado ainda não se emancipou.
meus pulmões ainda me dizem oi.
mas vocês? eu não tenho muito a dizer além de um:
- oi, até logo. tchau. foi bom. vou escutar a dica daquele CD. sim, você pode se livrar da minha escova de dentes. você me manda um postal? não!? tudo bem. vou ficar bem. você vai ficar bem? amém. é isso. vou indo. tchau. eu te ligo. 
 
eu não vou te ligar. as pessoas não ficam amigas pós relacionamento. não instantaneamente. isso é balela hipócrita hollywoodiana. eu não quero ser sua amiga. nem quero seu postal agora. você vai pensar em fazer uma espécíe de vodu com minha escova de dentes... mas espero que não faça.
vai levar um tempo... daí quando você me mandar aquele postal eu te ligo. 
 
-não mude de número. 
 
-----------------------------------------
 
 preciso de um cara novo pra me apaixonar de novo.
inscrições abertas. 

a diretoria agradece.

 
 
 
 

uma sequencia pra você entender esse post:
1º coloque os fones de ouvido e aperte o play no video abaixo.

2º entenda a parte da música a qual cito abaixo. EN TEN DA!


You drove me, nearly drove me, out of my head
While you never shed a tear
Remember, I remember, all that you said?
You told me love was too plebeian
Told me you were through with me and

Now you say you love me?
 
 
3º LEIA:
 
"Depois de muito tempo tomando no cu, descobri que é, pois é, o amor é irracional.
Mas eu não posso ser.
Mais de uma vez cometi absurdos e impropérios em nome disso. Mas é amor!, eu pensava. E arrancava os pedaços meus pelo caminho.
Agora não; agora chega disso.
Esse negócio de arrancar pedaços já não me serve, que eu preciso de mim inteira pra sobreviver.
Antes inteira e sozinha do que capengando por aí."
 
(Clarah Averbuck)
 
4º Leia-me:
 
não posso mais perder partes de mim. não posso mais ficar carregando vocês em meus bolsos pra quando eu me entediar, usar como um leque. eu não posso mais ver as pessoas indo embora com meus olhos em seus bolsos. eu não posso mais usar as pessoas como se fossem uma bolsa que passa da louis vuitton para clock house. eu não posso mais ficar quebrando a cabeça pra juntar as partes do mim espalhadas no assoalho. não há vítimas. só pessoas que se gastam pra não se perderem nelas mesmas. pessoas narcisistas que gostam de ter sua vida testemunhada por outra. pessoas que gostam de ser pessoas.
mas escutem:
vocês me gastam e eu me des gasto.
tenho sete vidas. 
meu fígado ainda não se emancipou.
meus pulmões ainda me dizem oi.
mas vocês? eu não tenho muito a dizer além de um:
- oi, até logo. tchau. foi bom. vou escutar a dica daquele CD. sim, você pode se livrar da minha escova de dentes. você me manda um postal? não!? tudo bem. vou ficar bem. você vai ficar bem? amém. é isso. vou indo. tchau. eu te ligo. 
 
eu não vou te ligar. as pessoas não ficam amigas pós relacionamento. não instantaneamente. isso é balela hipócrita hollywoodiana. eu não quero ser sua amiga. nem quero seu postal agora. você vai pensar em fazer uma espécíe de vodu com minha escova de dentes... mas espero que não faça.
vai levar um tempo... daí quando você me mandar aquele postal eu te ligo. 
 
-não mude de número. 
 
-----------------------------------------
 
 preciso de um cara novo pra me apaixonar de novo.
inscrições abertas. 

a diretoria agradece.

domingo, 8 de julho de 2012

eu volto. eu voltei. nós voltamos. nunca acaba. nunca vai acabar. por hora, o hoje não vai acabar. você sabe, eu sei. palhaço pipoquinha sabe. deus ou o zebú, eles sabem. até o flanelinha sabe. o seu dentista sabe. iemanjá com certeza sabe. você detêm o mapa do meu nada e não me empresta. não me deixa espiar... pra me manter na dependência. aí eu fico. aí eu fiquei. aí eu fiquei exatas 3 hrs no telefone farelando tua voz. e você velando meu sono ao telefone.
oquei.
volte do outro lado mundo e nós voltamos.




"...Doido desejo chupando dedo num beco
cheio de bêbados trêbados
Chutando os prédios, pregando prego no prego
Réu da razão, do suplico, cuspe fútil
Nessa estrada cariada
Só você é o meio-fio de luz
Contramão sinalizada
No mapa do meu nada
Canção emocionada
Trajeto por teus fios."

sábado, 7 de julho de 2012

- você tá boa?

tô. tô boa sim. a pergunta pós vigésimosegundofimpranuncamais

meu bem, minha vida fora da sua fica menos confusa. as coisas são simplesmente mais fáceis. eu me estresso menos. e tenho menos dor de estômago. eu fumo menos e me alimento com mais qualidade. de fato eu bebo igualmente muito. mas eu tenho tido menos dor de cabeça. eu tenho tido mais tempo pra ler e escrever. eu tenho tido mais inspiração pra escrever. eu tenho feito planos a curta distância. eu tenho planejado viagens que você nunca concordaria. tenho ouvido música brega sem ter que aguentar seus resmungos. eu tenho dormido uma noite inteira sem me assustar com seus roncos. eu tenho visitado bares que você nunca me levava e tenho sorrido pra estranhos sem a sua respiração irritada e seu pseudo discurso libertário. eu tenho usado sapatos altos. e tenho feito mais ginástica.

é. sim. eu tô bem. respondi sua pergunta? eu tô muito, muito e muito bem.


mas e se o extraordinário existir?



e se eu não me reconhecer mais sem você? e se esse tédio não passar? e se eu voltar a ficar soberba e sem paciência com os outros?
e se eu tiver que me conhecer de no vo?
e se não tiver ninguém pra observar?
e se você se reconhecer em outra?

sem você os meus dentes irão azedar. meu cabelo irá cair. minhas lentes irão ressecar e eu não vou enxergar nada. nada. minha pele irá descascar e meu hálito irá feder. eu vou ficar perdida e vou me perder ganhando novos hábitos: comer bem. fumar menos. fazer exercícios.

e vou fingir estar tudo bem. porque eu estou bem. estou bem sim.

mas eu prefiro a agonia horripilante da sensação de paixonite bubônica. prefiro que me faltem as palavras e eu fique insegura. prefiro me estressar e gritar durante 10 minutos seguidos. prefiro chorar até pegar no sono na cama, abraçada ao travesseiro. prefiro me encher de carboidrato e de peso na consciência. prefiro. prefiro.prefiro.

eu prefiro ter dores no estômago e aguardar você me trazer os blablaprazol.
prefiro ter insônia e testemunhar seu ronco.
prefiro fumar maços inteiros de cigarro.
prefiro me afogar em vódeca por você e não gratuitamente.
prefiro isso a não existir.
você que me tira do tédio e me faz mergulhar em imensas sensações de ridículo prazer em ser viva.
eu sou viva.
e sou pra você.



terça-feira, 3 de julho de 2012

vigésimo segundo fim pra nunca mais

as coisas vão acabando. não tem data certa nem hora marcada. mas elas acabam.
eu não preciso de um namorado. eu não preciso de um pau pra gozar. eu não preciso de um homem pra acender o fogo do meu cigarro. eu não preciso dar certo. eu não preciso dos seus conselhos. eu não preciso de você pra pagar minha vódeca. não preciso de você pra me dizer o quanto sou confusa. eu não preciso de você pra revirar meus atalhos. eu nem preciso de atalhos. eu não preciso revirar suas coisas pra saber dos seus atalhos. eu sei de tudo.vendo você assim, com os olhos vermelhos, eu não consigo ouvir seus gritos enquanto rasga minhas páginas. eu só consigo alimentar meu sorriso interno. você vai ficando sem mim pela metade. não preciso de você pra colocar palavras na minha boca. eu não preciso de palavras que não passaram pelo meu juízo. eu não preciso da sua lingua na minha garganta. eu não preciso do seu suor na minha saliva. eu não preciso. eu não preciso.
sou uma mulher com colhões.
eu tenho colhões.
eu não preciso de você na minha solidão.
eu não preciso querer mudar meu mundo por você.
eu preciso de alguém que mude meu mundo sem eu querer.

vigésimo segundo fim pra Nunca Mais. dois patinhos na lagoa - eu disse. você respondeu com "bingo."

- BINGO.

Nós nos conhecemos na janela e você logo falou sobre masturbação. achei tão improvável um homem tentar conquistar uma mulher falando sobre masturbação. eu tentei não precisar ouvir o resto da frase e ignorar, mas não consegui. depois de um cinema na quinta foi no boteco de quinta que você me beijou, eu tentei não precisar sentir seu cheiro mas não consegui. e você escreveu tudo isso. você me mostrou e logo eu estava precisando ler você. ler como você lia.
o mais adorável dos caras: com um sorriso sonoro inaudível e olhos muito densos. ora entendia tudo, ora se calava e fingia atenção.
eu pensei: preciso fugir daqui! chamem a minha mãe! melhor, chamem o táxi. chamem a polícia. os bombeiros. a energisa. são jorge. chamem um médico. meu psiquiatra! quero viloprex.
logo nos estávamos dividindo a vida.
dividir a vida não é se afogar no outro. não deve ser. dividir a vida sempre é se afogar no outro.
assim, ele roncava e eu aprendi a não ouvir.
eu gritava e ele aprendia a não ouvir.
ele era estupidamente idiota com um ciúme irremediável e eu aprendi a ignorar.
eu jogava os cinzeiros na parede e você sempre comprava mais.
as pessoas não mudam, apenas aprendem a se conter.


acabou de novo. acabou de novo. acabou de novo.

vigésimosegundofimpranuncamais.

agora as coisas estão cinzas e eu padeço de um tédio horroroso.
é triste saber que eu preciso precisar de você e não preciso.





no planeta Balves

tédio ocioso que leva você a engolir mentiras coloridas e ir ao cinema ver mais um filme que trata de amor e que até te faz rir mas não é suficiente
porque em cinemas não se pode fumar mas eu levo a bebida
fase tediosa
vontade de explodir meus tímpanos ouvindo beach boys Nina Simone e bobby womack sorrindo pra crianças que sempre acham coisas interessantes no meio das cores
quem sabe não fico assim? colorida.
deus é pintor.



tédio.
basta eu não me apaixonar pra ficar toda irritada e alcoolatra.
basta eu me desapaixonar.
as pessoas não deveriam sofrer a pressão de tentar fazer os outros se apaixonarem por você.
as pessoas deveriam ser livres. as coisas deveriam acontecer naturalmente. o natural deveria não caber pressão.
mas cabe. e cabe mesmo. No planeta Balves cabe.

e eu fico entediada e com raiva do cara.
- putaquepariu que grande incompetência. e eu sou uma mulher de fácil paixonite. basta me gerar curiosidade, beijar com intensidade e me manter ocupada.
 as mãos, a boca e o juízo.
o juízo.
preciso de alguém que me roube o juízo.

quero acordar com minha boca colada na nuca de alguém.
quero poder contar os cílios do sujeito de tão perto que estarei.
quero alguém que cale minha boca: com argumentos. beijo. porra.
mas cale a minha boca.

- CALE A MINHA BOCA.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

a l e i j o

sempre me reconheço nas palavras. sempre encontro palavras que descrevam algo que talvez expressem algo que senti. que sentirei ou que sinto.

o presente fica sempre obscuro e eu sempre lido com isso com palavras. elas me livram da dúvida.
como se por eu escrever as coisas fizessem sentido.

eu escrevo. quase nunca tenho publicado (os alguns sabem porque). só em momentos de embreaguês como esse: no qual a gramática faz mais sentido que o sentido das palavras.

e escrevo sobre amor, quase sempre. quase sempre faz sentido escrever sobre amor. ou prazer, ou paixão. ou existência. sempre tão clichês....


tem sempre um otário na sua vida. ou alguém termina fazendo você de otário. não há um medidor de otarisse no meio da vida.
mas tem otário pra tudo e pra tudo tem gente querendo ser otário.
a vontade inerente de ser vistos os fazem sempre otários e perceptíveis.
impossível não perceber um otário.
os otários (como eu as vezes sou) são inocentemente ( ou não, mas gosto de tentar acreditar) destemidos e por isso chamados de otários por igualmentes otários. porque as pessoas nunca podem possibilitar a capacidade de serem transparentes.
porque a otarisse faz com que alguns queiram se mostrar e isso estraga todo resto.
nos, o resto, ficamos como pessoas igualmente otárias e demonstráveis.
e é uma merda.
a merda é querer foder com a cara deles.

não vim aqui dizer nada disso. e nada disso foi dito. então, eu não tenho nada a dizer.


------------------------------------

porque o meu arranhar de unhas nas tuas costas se fazem como arranha-céus em dia de lua e a lua só responde minguante quando deveria ser crescente. eu não sei se estou sentindo mas sei que o sentido não se faz ouvido e tuas mãos não arranham porra alguma. 


nós não conseguimos sentir nada. somos aleijados de alma.

terça-feira, 22 de maio de 2012

pintura nas olheiras

- não chore.

é o seguinte: sabe um coração bem partido? você não sabe. não sabe não.
um coração bem partido é tão bem partido que você quebra a cabeça pra poder juntá-lo.
montá-lo não é possível.
é tão bem partido. disforme. submerso entre arranhões. cansado e inalcansado.
que nem um bom partido poderá juntar um coração bem partido.

-acabou.
- começou.
ninguém sabe.

um salve aos corações bem partidos que sobram partidos maus.

----------------------------------------


 não é você que vai juntar a porra das partes do meu coração. você não foi convidado. você nem foi avisado. saia com seu caminho e seu sorriso suplente. não suplique meu medo, apelando afeição.
não respire meu ar como se em mim contivesse. você saiu. saia elegante. saia como aroma. não me deixe te feder. vou sorrir agora e você vai embora e por favor... não me olhe ao voltar.
porque de horror o meu inferno já tá cheio. e teu desabor, só quero a indiferença.


á você jovenzinho a minha dica:


segunda-feira, 14 de maio de 2012

as vezes penso em casar, mas aí decido que é melhor ficar viva.
dessa retórica que me dá medo de sentir.
sou e não sou.
estou.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Hell out

a verdade é que eu estava precisando ficar doente. pra ter uma desculpa pra ficar em casa. pra fazer as pazes com a minha cama e dormir. pra comer frutas e ingerir suco sem vódeca. pra tentar parar de fumar.
pra desligar o celular e usar a irremediável desculpa "eu estou doente". pra sonhar com sonhos. pra ver todos os filmes que são humanamente possíveis de serem visto em 24h. pra ficar longe do seu homem que não é seu. pra expelir todos os fluidos que estão dentro mas deveriam estar fora.
hoje de manhã eu mesma testemunhei um deles me acenar tchau do vaso, e juro... acredito que vi um dente em seu sorriso.
delírios febris a parte
a verdade é que a muito tempo, tem muita vontade de não fazer nada em mim.
só dormir.
eu poderia ficar doente mais um tempo mas o tempo urge, e mesmo eu me fingindo de morta as pessoas vão sentir meu hálito de viva.
umas reclamarão a nossa Senhora da Pequena Morte, outras apenas me acenarão sorrisos como o catarro de hoje de manhã, com dentes e tudo.

eu quanto meio viva apenas voltarei ao meio de tudo.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

tudo sem nada

você mora na periferia do meu olhar
porque no centro dele sou eu tentando não te ver
você mora no flanelinha de carros,
no motorista de ônibus,
na criança pertubada do cinema
você vive.
tudo é você.
onipresente, eu não consigo me esquivar.
não me resta nada


você mora na periferia da minha íris
e no extremo do meu clítoris.

--------------------------------------------------------------

deixa eu falar uma coisa sobre tentar se manter vivo: 
- Fique vivo.
não tente se matar ingerindo a mistura de todas as bebidas. pedindo carona a taxistas. sorrindo pra estranhos. paquerando o povo alheio e sem rosto. perdendo sua carteira. fugindo do seu homem. fingindo ser humana. 
não tente se matar se enchendo de analgésicos pra curar a ressaca. 
não tente se matar vomitando todas as águas do seu corpo.
não tente fumar todos os cigarros do mundo.
tenter estar. evite ser.

-fechado.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

- run, iza, run

não sei se esse querer é meu...
sei que não deveria ser seu.
sinto um querer profundo que deveria dizer algo
e não diz.
se dissesse, eu deveria saber.
se eu soubesse, deveríamos saber.
se soubéssemos, saberíamos.
que esse querer é todo nosso
e que se nosso fosse,
deveríamos querer.


domingo, 15 de abril de 2012

você chegou faz é tempo e eu fico sempre a sorrir. não brigamos por nada e isso faz bem a alma. é uma estabilidade que satisfaz o clítoris e me apega o pau. apegados, ficamos nesse cotidiano de café, almoço e janta como quem já tivesse casado e acabado o caso.

nos dois sabemos do nó. e que o nó não fica na garganta. fica no juízo, fica nos nossos pés ao pé da cama, fica no nosso meio, fica em nossas linguas brincalhonas.
eu dei um nó no teu corpo e você vai ficar pra sempre aqui.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

fase

desprendida. vegetariana. não fumante. não bêbada. TPM. rísco de Anita. desapaixonada. desapaixonante. sem pacovás pra encher. sem encher pacovás. sem sorrir muito. sem muito chorar. equilíbrio constante. sem falar. muito ouvir. constante equilíbrio. de paz com nossa Senhora da Pequena Morte, o sindicato dos macumbeiros, o Somnio e todo o completo resto.
- nem feliz nem triste.

depois disso a vida foi.

sábado, 7 de abril de 2012

CIA no reto

não. eu nçao quero ficar aqui. não quero estar. não quero existir. aqui. cada passo que alimenta a minha chegada é como uma morte aos poucos. as escadas parecem facadas suceptiveius.
tenho a impressão que qualuqer lugar pode ser pior que aqui. mesmo assim, aqui não é o lugar.
essas pessoas não me são pra mim.
como uma intrusa num país estranho. extra-terrestre do  meu proprio corpo.
nada disso nunca será como antes.
a inocencia. os sorrisos. o sentido. a vontade. tudo parece uma versão de outra coisa que eu já vivi e até sinto saudade mas não deveria revivê-la.
tudo é uma versão de outra coisa.

não vai acontecer. eu sei.


quinta-feira, 29 de março de 2012

verdade

a verdade faz com que todo o resto se torne mentira



fogo. pensamentos. olhos. símbolo fálico. sorrisos. corpo. alma. copo. falta. filhos. cotidiano. água.

terça-feira, 27 de março de 2012

onde?




"Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho.
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés"

sem a cor da esperança, sinto como se tivesse acordado com a tevê no canal errado. pior a tevê não tem botões e eu perdi o controle.
- onde está o meu controle?

segunda-feira, 26 de março de 2012

falácia ou falócio.

- grave a idade da tua pele sob meu suor maldito.
dito o ditado, o meu ouvido suspirou
pirou o espiral em duas lágrimas rodopiantes
antes fossem imagens, agora é mais que sentimento.

terça-feira, 13 de março de 2012

- MERDA.


é aquela sensação de antes da morte: um prazer absoluto em sentir-se vivo.
Todo mundo já se imaginou ou se imagina morrendo. A morte é um desejo interno que escorre como saliva entre os dentes.
Famintos. As pessoas se enxergam pequenininhas. Se observam com desdém querendo esconder suas inseguranças atrás de couro e marca. Como gados marcados para o abate.
A merda. Ela é o melhor o que você pode ser. Um pedaço de picanha suína cheia de hormônios. Ou a menstruação da galinha sem casca, cozida com agua e sal. O ciclo da merda, te leva a terra. Te faz feliz. A merda é boa. É bom ser merda.  
Aos poucos você não é o que você  pensa. Longe disso.  As coisas empacotadinhas em sachês descartáveis tem tanta importância que as roubamos ao sair de um motel fuleiro.
A vida descartável. O sêmen vai embora no lixo empacotadinha em sachês de camisinha. A camisinha é o sapatinho da cinderela do século xxi.
Você não ama. Só se acostuma com a razão persuasiva de precisar de alguém. Talvez você se acostume com o olhar de deus desgostoso ao te ver caminhar com vergonha de estar viva nessa vida de merda.
Você não é o seu emprego. Nem o que te resta na carteira. Não é o que você cheira. Não é o que você fuma. O que você come vira merda. Vira você. Você é a merda antes de sair de você. Porque sem ela, nem merda você é.
Então, quem é você?

domingo, 11 de março de 2012

temporada de caça

condenada ao tédio profundo dos dias que comem os outros, Izabelly apresenta seu apetite profundo por homens altos, intrigantes e charmosos. "não vou cobrar maturidade, pois seria pedir demais" ela afirma com tom de tolerância blasé.
pseudoesquecida pelo homem enfurecido enciumado ela afirma que é tempo de ambientes novos, gente diferente e sorrisos concretos.

chega de ócio criativo que fode minha criatividade.
 é tempo de caça. todos sabem do meu desabor em ser caçada. eu gosto é da saliva que escorre entre os meus dentes, enquanto pulsa a vontade de devorar e ser desvendada.

amanhã começo a guerra.
amanhã tem sarau, tem vódeca e com sorte um CUlt pra iludir.

hoje vou a igreja fazer algo diferente.
sorrir carismática, tirar onda com as beatas de coro inaudível, encarar o padre até constrangê-lo... essas coisas....

aquele abracinho

domingo, 4 de março de 2012

rotina

não. ele não vai mais voltar.
vou te cansar sem sexo.
vou tirar teu fôlego com minha loucura. vou arrepiar sua nuca de ciúmes. vou te fazer sorrir sem vontade de no vo. vou te ver de no vo porque somos insistentes.e você ira cravar os dentes no meu pescoço de raiva da minha ignorância. vou ignorar a dor de estar te perdendo de vez. você vai tentar me ignorar, mas vai se masturbar no seu banheiro lembrando de mim nele. vai enlouquecer de raiva.
agente vai se ver de no vo.
vai me pedir um abraço cativo. te darei sem vontade. você sabe.
vai me pedir de verdade e eu vou me derreter amaciando suas costas largas enquanto você me enrrosca nas minhas pernas e sussurra elogios eróticos me fazendo fugir dali de desespero
e eu fujo.
e você correrá os olhos pra não me perder.

nossa rotina.

meu bem, o escuro em baixo dos teus pés é meu.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

gréa

lembrar se almocei ou não já é vantagem.
porque eu instintivamente lavei uma louça...
e agora não sei, se era minha ou não essa louça.


fico parada na frente da geladeira com a porta aberta, procurando provas de Comida comida.
 N A D A !

me sabotei.
- volta Izabelly !!! - gritou Sara desnascida.

contei a ela que vou prender a urina pra o amigo álcool não sair do meu sangue e continuar a me fazer companhia.
é um querido mesmo.



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

- e agora, Deus?

- e agora, Deus?
pergunto. o silêncio se repete instintivamente.
a vida fica querendo me foder todo dia e eu não apresento defesa.
engulo pelas beiradas. tapando o nariz  e fingindo respeito.
- é como engolir um balde de merda todos os dias.
todo dia tem os pseudointelectuais mastigando minha paciência com suas frases de efeito.
todo dia tem os engraçadinhos que só porque te fazem rir acham que podem te comer.
todo dia tem as mulherzinhas disfarçadas de complicadas, achando que é interessante.
todo dia tem gente errando e pedindo perdão por ser humano pra outro ser humano.
todo dia tem político roubando. e todo dia aparecem mais.
todo dia tem gente sendo morta. e todo dia aparecem mais.
todo dia eu tenho que marchar e fingir que ainda acredito.
todo dia eu tenho que ser outra de mim.
todo dia alguém quer invadir sua vida, seu espaço e sua cabeça com conversinhas efusivas, me exorcisando a cada dia.

é que eu não me aconselho.
não é que eu não goste das pessoas, é só que eu não me adapto a elas.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

alheia de mim

oi. tudo jóia?
não. não tá não. vocês sabem. eles sabem. até os caramujos africanos do terreno baldio sabem. ouvem soluços a noite.
é o tédio.
tá tudo bege.
não.
caqui.
caqui é uma cor pastel.
e a minha impaciencia ta fodendo tudo.
o povo com cheiro de shetos. os sorrisos me amargando a lingua. uma vontade de estuprar meu fígado. e mesmo assim desaliviada.
os cigarros eu engulo. digerir fica com vocês pulmões.
eu me desapaixonei. mas porque faz tanta falta?  e nem é dele. é de alguém pra ocupar a ausência.
fútil assim.
e eu sou impulssiva. vocês sabem. eu sou. mas não sou maluquinha estouvada, oquei? vocês sabem.
ai mandei mensagens porque achei que ligar seria invasivo.
e mensagem é foda. porque o cara termina lendo por curiosidade ou por tédio.
eu deveria ter ligado. assim ele não teria atendido e eu não teria dito tudo aquilo.
tudo da imcompetencia masculina em manter uma mulher feito eu apaixonada.
porra.
eu ainda não tive coragem de re-lê-las.
e nem vou.
em que planeta eu achava que o cara que você comia iria se interessar em saber que não vai mais comer você, porque você se desapaixonou.

sábado em casa. e sem espelhos por perto.
vergonha alheia de mim.

enfim, faço essas merdas pra distrair minha vida Caqui.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

engorda

eu não quero mais dormir sem o som da sua respiração ao meu lado.
deixa eu cuidar do seu ar?
deixa eu respirar junto de você?
eu posso regar suas plantas mesmo elas querendo te roubar.
eu te faço um pirão de peixe. bolo de côco. pastel de forno. e rubacão.
eu vou te cevar.

ai tu me decifra. enquanto eu te devoro.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

frita

eu sei que fico solteira muito tempo. sei que meus relacionamentos duram no máximo dois meses. sei que sempre acabo como culpada.
enfim, fui desafiada a aceitar um encontro com um desses carinhas de dois meses que eu acabo entediada.
 e aceitei.
 porque EU não sou uma pessoa seletiva, exigente e psicótica como vocês acham.
o almoço foi breve, mas não conseguia engolir os sólidos. só a vodéca.
eu só pensava nas enormes bochechas que o fazia ter cara de bunda.
eram nádegas gigantes e caídas. era uma mistura de fofão com Kiko do Chaves.
mas eu tenho uma tecnica pra isso. são palavras ótimas que ajudam a simular uma conversa tipo monólogo. são elas: pode crer e é foda. essa é a resposta para qualquer situação.
faça isso balançando a cabeça e as vezes lance um olhar distante que cola.
mas que merda. o pior era quando ele falava as duas palavras do inferno " mó astral" ,  porque? porque? porque?
porque o cara de bunda tinha que ter esse termo em seu vocábulo?
enquanto ele falava e eu sorria desdenhando atenção, fiquei pensando naquele papo de toda panela tem sua tampa....
e conclui que sou uma frigideira.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

For C.A.

de fato andei sumida e precisando sumir. janeiro foi imenso. minha grana ficou curta ai cortei minha internet. cortei os pulsos de saudades daqui e depois costurei com esmalte e a parede do meu quarto.
de fato eu me apaixonei por um individuo que achei ser dono da minha vida e me desapeguei tão rápido que não deu tempo de soluçar. de fato eu sempre preciso estar apaixonada pra vida fica boa. e portanto, a vida tá péssima atualmente.
desapaixonada, Izabelly apresenta sua vida energica de vódeca, cigarros e adendos fortuitos que me perdem no senso criativo. não reclamo, só resgungo como é hábito.
pra compensar tem sempre um imbecil que se apaixona por você e espera recirpocidade com jogos de azar.
rá.
enforcou meu fígado.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

de volta tem volta

impossível conceber como as moléculas do seu corpo continuam agrupadas com você longe de mim.
você vai voltar e minha alma será atropelada de novo.
com as pernas quebradas eu vou ficar pensando:
- porque porra eu me deixei ficar nesse estado?
porque porra mesmo? porque?
só porque quero minha lingua nos teus dentes?
porque porra a mulher sempre se envolve mais? porque porra você sobrevive longe de mim e eu fico padecendo fagulhas e beijando estranhos? porque porra a porra das moléculas do seu corpo ainda estão agrupadas?

voltem moléculas! voltem, porque as minhas já se desintegraram e agora me acenam de longe fingindo tortura.

moléculas idiotas.



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

me esqueçam!!!

sabe a posteridade?
não me interessa!
esses putos comtemporâneos são os mesmos que cometem putisses no futuro.
é uma gente com necessidade de aparecer.
de querer ser visto.
é uma putisse sem tamanho, que tamanho é defeito.
é uma merda ambulante e pior de tudo, falante que não se enche de falar da vida alheia.
é um caos tedioso que não me completa.
por isso... vem cá, meu benzinho....
a posteridade não me interessa!
os mortos esquecidos descançam mais!


"Quão feliz é o destino de um inocente sem culpa. O mundo em esquecimento pelo mundo esquecido. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Cada orador aceito e cada desejo renunciado."

(Alexander Pope)

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...


eu não sei
se você sabe
que eu sei 
tudo
sobre nós


vivo a sombra dos pequenos imortais amores que renuncio por covardia ou por sabedoria e assim não amo
mas te cuido
eu me estouro as tripas e mordo teu coração 
respiro
você pira
e então
eu
não sei mais de nada do que há de haver ou haveria havido entre esse nós todos que renunciamos antes mesmo de amanhecer


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

adiós corazón

tem o certo. tem o errado. e tem o resto todo.

então eu vivo ou me deixo estar viva?

eu não sou mulherzinha. onde porra eu estava com a cabeça, pra supor  uma paixçao por um estranho gracinha que aparentemente tem exatamente tudo o que eu queria num macho e nada mais.
não era eu. era um conto de fadas com final ruim, previsível.
e eu quis fugir. tentei evitar. mas estava muito ocupada tentando não estar viva e me poluindo com pouca coisa.
me deixando pelos cantos com muita coisa na cabeça.
eu não vou voltar pro cantinho da sala e gemer filhadaputisse.
eu, eu não vou ser vitima do macho perfeito.
porque eu seria?
até de coração partido não sei ser vitima.
e dessa vez, foi um surto, um susto e um algo a mais que me fez acreditar que a perfeição personificada poderia se acostumar comigo.
eu. mulher com colhões. cheia de ansiedades e de impulssividades agressivas. sensivelmente vulnerável e intensamente feminina.
jamais.
não há macho para esta mulher aqui.
nem fêmea.
eu não me acostumo comigo.
mas estou acostumada a isso.
não venha você me fingir costumes.
vamos continuar fingindo que nada disso houve.