terça-feira, 29 de novembro de 2011

Poema em linha Reta



Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)



Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


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é dessa gente sem rosto e sem gosto que lambo e me dá o asco. desses santos, barões e baronesas sorridentes em salões lustrosos que me consomem os dias com a hipocrisia hipócrita de seus dias-dias. tudo é tão perfeito.
viva a ideologia da novela das 8.
sai pela porta dos fundos e ninguém viu.
e dessa vez, em mim nada nunca não foi dito.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

festa estranha com gente mal vivida

lindo, rico, gostoso e pouco esperto.
sim. sim. são eufemismos.
nunca achei que me envolveria com esse tipo vivente.

boa sorte, iza.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Festa estranha com Gente Esquisita

ontem e hoje,



mulheres são seres anti corporativistas. elas são muito dramáticas e vivem preocupadas demais em esconder o seu peso ou suas rugas para pensarem umas nas outras.
- que grande besteira.
eu sou uma mulher com Colhões, não escondo eles de ninguém. muito menos das mulheres que sempre se sentem ameaçadas comigo porque me acham monstruamente gostosa e eu acabo achando que elas são apaixonadas por mim.
é, Vocês mulheres que adoram ter meu nome em suas boquinhas maquiadas, são apaixonadas por mim.
eu não sou isso tudo que vocês acham.
não sou a Vilã! muito menos a mocinha. eu estou quieta tomando meu café no meio do tiroteio.
se atirar em mim, eu atiro em você.
mas eu não atiro na sua boca, fingindo lerdamente que somos amigas e colocando o rebanho de mulherzinhas contra mim.
vocês gastam tanto tempo tentando me excluir da sua vida que tornam minha presença indispensável pra sua sobrevivência.
prefiro usar da indiferença.
porque eu me divirto. vocês aguçam meu narcisismo insipiente. gosto disso.
e foi por isso que eu só consigo cultivar amizades masculinas.
eles são um pouco previsíveis mas são igualmente francos.
gosto da conversa exata e definível.
gosto de tê-los francamente.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

verdade

deixa eu dizer uma coisa sobre o dono da bola.
ele é só o dono da bola.
e por alguma razão acha que eu quero a bola dele. e fica com a bola cheia e cheio de espectativas sobre isso.
deve ser um fetiche. achar que sua bola é cobiçadíssima, para mantê-la cheia.
ha ha ha
grande piada interna.
esta mulher aqui, não gosta da sua bola. a sua bola já fez vários gols nessa rede aqui, mas hoje nem a trave resta para a porra da sua bola.
quanto mais rápido entender isso, melhor vai conviver consigo mesmo, sr. dono da bola.
pare de desperdiçar seu espaço comigo!

agora deixa eu expressar Meu desperdício de espaço:

o bom partido não é tão perfeito assim. certo dia, você acorda e não reconhece mais aquela cara pálida ao seu lado. não quer sentir a respiração do cara na sua nuca. na sua boca o gosto da saliva do cara te incomoda. e finalmente, você imatura, parte mais um coraçãozinho.

e vou deixá-lo partido, bom partido.